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domingo, 29 de maio de 2011

Documentário/Criança : a alma do negócio

UFBA – Faculdade de Educação
Curso: Especialização em Tecnologia e novas Educações
Docente: José Américo Santos M. Menezes
Aluna: Geane A F de Souza
Criança: a alma do negócio
Para Karasaklian “Não nascemos consumidores, mas aprendemos a sê-lo”. Então mediante a fala da autora compreende-se que ninguém nasce consumidor adquirimos hábitos de consumir ao longo das nossas vidas. Entretanto, somos frutos de uma sociedade moderna e extremamente capitalista, na qual todos nós praticamos massivamente o consumo alienante e compulsório, objetivando conforto e bem estar. Nessa perspectiva a população brasileira busca destaque e poder, bem como, refúgio para superar seus anseios, medos e angústias, consumindo produtos que são definidos por suas marcas, qualidades e diversidades, que lhes são veiculados através da publicidade e modernismo.
Para alguns ou para uma maioria de brasileiros usufruírem de certas marcas ou produtos não é tão somente uma questão de necessidade, mas passa a ser uma questão de prioridade absoluta, em alguns casos é alcançar felicidade plena e auto-realização do ser humano. Nesse momento o homem perde a noção do que é o essencial para a sua vida cotidiana.
 Entretanto, temos um consumidor recorde? O público mirim. Para tanto o mercado varejista, investe rigorosamente em propagandas publicitárias visando retorno (lucro) com brevidade. Afinal pesquisas apontam que 80% do que se tem dentro de uma casa é influenciado pelo poder de decisão das crianças. Como vimos no vídeo, “Criança: a alma do negócio”, o universo da publicidade apela fortemente em propagandas voltadas para o público infantil, com estratégias diversificadas, objetivando chamar a atenção dos pequeninos, não apenas ganhar a atenção desses, mas, sobretudo despertar nos mesmos a paixão, bem como, instigar a emoção de cada criança por determinado objeto de consumo.   
Dessa forma o mundo da propaganda precisa garantir sucesso absoluto, então usa um instrumento infalível para conquistar a criançada, a “imagem” a qual traz consigo humor, ludicidade, emoção, muitas cores, entre outros fatores. Tomando como exemplo a propaganda publicitária compre: “um ovo da páscoa das princesas e ganhe um castelo”. Que criança resistirá a tal apelo? O que significa uma reação instantânea,  imediata, exercendo forte pressão sobre seus pais, pleiteando  a compara o objeto de desejo, bem como,  marca e escolha do produto.
A linguagem da propaganda é bastante persuasiva, sedutora e “poderosa”, estimula a fantasia do telespectador, por conseguinte acaba estimulando a compra de certos produtos que na maioria das vezes são desnecessários, supérfluo. Tendo em vista que a criança é o alvo das propagandas, especialmente televisivas, isto por passarem a maior parte seu tempo na frente de uma televisão. Em consequência a criança se contamina de idéias e desejos, acreditando que o produto é realmente importante, usando assim de todos os recursos para adquiri-lo. Em outras palavras é a realização de um sonho.
Para Nelly de Carvalho “A palavra tem o poder de criar e de destruir, de prometer e negar, e a publicidade se vale desse recurso como principal instrumento”. É verdade a palavra tem força e poder, como salienta a autora. Haja vista que essa é usada da forma mais poderosa possível, que é repetição a qual caba por convencer até mesmo o adulto que já tem seus valores e conceitos formados quanto mais uma criança, que ainda é um ser inacabado, ou seja, em formação principalmente no que diz respeito ao seu psicológico.
Segundo, Nicolas Montigneaux salienta que;

“Entre os 7 e 12 anos, o objeto toma os olhos da criança um valor social. Isso lhe permite se situar em relação aos outros e assim, pela escolha deste ou daquele objeto se afirmar como pertencente a um grupo. O processo de identificação está na base dessa representação nova do objeto e do significado que lhe é dado pela criança. Esta torna-se mais sensível às novas dimensões do produto, como a marca, a notoriedade, a adoção do produto pelos parceiros (grupo de amigos)” (MONTIGNEAUX, 2003, P.53).

Esse público já possui um pensamento mais desenvolvido, porém não o suficiente para discerni a cerca das abstrações. As confusões, ainda são bem presentes. Aos 12 anos já se consegue ter certa consciência crítica sobre o que se vê, se tem e o que necessita, porém as circunstâncias ainda são bastante complexas, a questão subjetividade ainda é bastante marcante na vida desses jovens.
Assim sendo, percebemos que é função intransferível da mídia exercer o poder de persuasão sobre as crianças, principalmente as brasileiras que de acordo com o IBGE é a que mais assiste TV no mundo. A família na maioria das vezes acaba colaborando e sem muita resistência no que tange a comprar o que a criança pede, até porque se deixa levar também pela mesma propaganda que faz a “lavagem cerebral” na criança propaganda e pela satisfação de vê seu filho ou filha feliz. Por outro lado precisa-se atentar mais para essa questão de comprar porque é bonito, porque me sinto bem, por puro prazer, porque posso, para mostra que tem dinheiro, influência, para destacar-me. Nesses casos precisa-se de atenção redobrada, pois tal situação já pode ter se transformado em doença.
Contudo, é importante que a família se atente para tais questões, pois poderá transmitir para a criança hábitos e valores distorcidos da realidade que em essa vive, a qual vai além das suas necessidades. Nessa conjuntura a criança ao torna-se adulto, poderá ou não ser um cidadão inconsequente, por comprar e descartar  sem medir consequências , já que vivemos num mundo que tem por base a construção de uma sociedade mais justa e solidária.   


Referências
CARVALHO, Nelly de. Publicidade: a linguagem da sedução. São Paulo: Ática, 2002. 175 p.
KARSAKLIAN, Eliane. Comportamento do consumidor. São Paulo: Atlas, 2000. 303 p.
MONTIGNEAUX, Nicolas. Público-alvo crianças; a força dos personagens e do marketing para falar com o consumidor infantil. Rio de Janeiro: Campus, 2003. 269 p.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

WEBQUEST

Webquest


Tema: Comunicação vai além de jornal, rádio e televisão

Introdução
Os meios de comunicação estão presentes em nossas vidas diariamente, existem vários meios e formas de comunicação e informação. A Comunicação vai além de jornal, rádio e televisão. Nos comunicamos desde que acordamos até a hora que vamos dormir. Contudo a comunicação acontece através da fala, da escrita, dos sons, dos gestos, do telefone móvel ou fixo, do computador (internet) e outros. È possível trabalhar com as crianças na sala de aula fazendo uso desses meios de comunicação a despertar o interessa dessas crianças?
Tarefa
A construção acontecerá em 5 etapas
Primeira etapa: Assistir telejornais, e leitura de jornais. 
Segunda etapa: Criar um jornal.
Terceira Etapa: Avaliação de noticias da semana:
Quarta etapa: Visitar uma emissora de TV da cidade:
Quinta etapa: Construção de um jornal:
Desafio
Fazer uma análise crítica das noticias e informações que são veiculadas na mídia no cotidiano e elaborar uma ferramenta de comunicação que tenha o perfil dos discentes, fazendo uso da fala dos alunos. Nesse momento o aluno é o autor da construção, do seu próprio conhecimento.
Processo
Primeira etapa: A turma deve assistir telejornais, ouvir notícias transmitidas pelas rádios e ler jornais impressos. Analisar as diversas noticias e informações encontradas nos meios de comunicação de massa. 
Segunda etapa: Criar um jornal da turma e da escola com representante de outras turmas:
Terceira Etapa: Fazer uma aula por semana para avaliar as noticiais da semana apresentadas na mídia:
Quarta etapa: Visitar uma emissora de TV da cidade:
Quinta etapa: Construir um jornal usando o computador.
Recursos
Para realização as etapas proposta os participantes deverão fazer uso de: rádio, jornais impressos, papel, caderno, lápis, computador, pessoas, biblioteca, livros, ônibus e etc.
Avaliação
Avaliar o comportamento, empenho, participação e interesse dos participantes, bem como, das noticiais pesquisadas e também das produzidas pela turma. A avaliação deve ser construída dentro do processo educativo na evolução pedagógica acerca do produto final (o jornal) no espaço escolar, assim como a validade desses para o desenvolvimento de toda a comunidade escolar. Tal avaliação caberá a alunos, professores, coordenação pedagógica e da equipe gestora.
Conclusão
Espero que esta Webquest sirva de suporte para o despertar da motivação e interesse dos profissionais de educação entre outros, para trabalhar com o tema em questão, bem como, para pesquisa e auto aprendizado, visando a alargamento de conhecimentos, articulando idéias, conservando e valorizando o urso dos diversos meios e formas de comunicação e informação de massa. Numa perspectiva de analise sempre.   

Créditos
Geane A.F.Souza

domingo, 5 de dezembro de 2010

Quem pertence à geração Z?

Geração Z é formada por jovens que vivem para as chamadas multimídias, merecendo maior destaque a internet. Esses jovens não são tão diferentes dos nossos alunos a não ser, no que diz respeito ao poder aquisitivo de cada um dos alunos da periferia das grandes cidades, porém, a fome, a sede, a necessidade, a curiosidade é a mesma, para está frente a um computador, a um celular, ou qualquer outra tecnologia de ponta, praticando, aprendendo e/ou se comunicando sempre, com alguém em qualquer lugar do mundo, o diferencial entre esses jovens estar em não possuir sequer um computador. Segundo Topscott temos “duas gerações: uma prospera, a outra fracassa duas gerações da mesma idade. De um lado a Geração Internet está destinada a se tornar mais instruída de todos os tempos”. Porém, a outra Geração é uma geração sem “perspectivas e oportunidades iguais”, são os jovens de classe baixa. Que ficam só na vontade de ter...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Resenha sobre o livro:

Escritos Sobre Educação, Comunicação e Cultura
                                                                         Nelson De Luca Pretto[1]

O livro aqui apresentado traz uma coletânea de reflexões de Nelson Pretto, ilustre educador, acerca da comunicação como instrumento fundamental para o desenvolvimento de uma Educação de qualidade. Para ele, os meios de comunicação representam um caminho didático que favorece e sustentam os processos de ensino aprendizagem focados na aquisição do conhecimento concreto, onde a tecnologia surge como ferramenta eficaz mediadora desses processos, que por sua vez, devem garantir ao aluno um aprendizado politizado, consciente e questionador.
 Para Pretto, as mídias educacionais como a televisão, rádio, manuscritos, dentre outros, vieram através dos tempos transformando as relações interpessoais e moldando as dinâmicas dialógicas e as estruturas macro-educativas, o que se acentuou e tomou formas mais complexas com o advento do computador e posteriormente, da internet expandida pela globalização. O autor defende inquestionavelmente o importante papel da crescente mundialização da informação e da rapidez da interatividade que configura essa dinâmica na reestruturação das metodologias de ensino, sendo fator que favorece e facilita os processos cognitivos na busca por uma educação contemporânea e emancipada no que tange quebra de paradigmas, respeito às diversidades, criatividade, liberdade de expressão, contextualização dos problemas, valorização das culturas e das múltiplas etnias que compõem um dado país.
Segundo o autor, atualmente o mundo vem passando por constantes mudanças por conta dos avanços tecnológicos que trouxeram a informatização através de uma comunicação digital que quebrou as barreiras entre as várias nações, provocando uma interatividade em tempo real, o que transformou os contatos facilitando o acesso ao conhecimento e sua diversificação. Nesse cenário observa-se a invasão das tecnologias e mídias nas vidas das pessoas, provocando profundas transformações em seus cotidianos e nas estruturas sociais que definem sua sociedade. No que se refere à chegada delas no âmbito educacional, fica evidente o montante de desafios no que perpassa da sua apropriação e utilização contextualizada com a prática pedagógica do professor.
A presente obra está organizada em capítulos, nos quais Pretto reúne acervos literários que caracterizam seu perfil científico como pesquisador experimental e como educador ativo na busca pela construção de referenciais teóricos que afirmem sua afirmativa de que a comunicação é o meio mais eficiente de se promover a real educação. São várias entrevistas, artigos e textos argumentativos que defendem essa lógica científica trazida pelo autor, além do mesmo ainda trazer ponderações a respeito da formação de professores, dos processos de construção dos livros didáticos, do papel da ciência e dos paradigmas culturais que moldam os sistemas políticos sociais e educativos dos vários âmbitos.
De forma mais detalhada, no primeiro capítulo da obra observa-se uma seleção de várias entrevistas e discursos do referido autor nos quais ele aborda temas ligados à educação, à importância da tecnologia nos processos de ensino aprendizagem, à qualificação dos professores para o uso das mídias e de como as escolas necessitam estar inseridas nesse novo sistema de informação que tem como base a interatividade através da internet e de todos os aparatos tecnológicos, sem esquecer-se de sua função como protagonista na formação do sujeito para o exercício da cidadania e do reconhecimento de sua identidade individual e cultural. Neste capítulo, o mesmo pondera que é necessário aos professores obterem informação e formação para o trabalho em sala de aula utilizando de forma adequada os recursos tecnológicos, principalmente, a internet, que possui um potencial enorme de possibilidades informativas que ocasionam um desenvolvimento mais complexo e harmônico da aprendizagem. A escola, dentro desse contexto, precisa está atenta às transformações do mundo e às novas formas de comunicação, visto que o uso adequado das mídias tecnológicas, segundo Pretto, só acentua o desencadear de uma educação de qualidade que leva o sujeito cognoscente a pensar e refletir sobre os conteúdos estudados de maneira crítica e embasada nos diversos pontos de vistas. A mesma deve se organizar e se planejar pedagogicamente para o desenvolvimento de uma educação revolucionária, que ultrapasse seus muros, atingindo a comunidade como um todo, de maneira consistente, estimulante, indagadora, transformadora e emancipatória respeitando as diferenças e desmitificando o conhecimento. Além dessas indagações, o autor faz um relato sobre o papel dos livros didáticos nessa dinâmica, afirmando que não há livro didático ideal, o que se tem são pontos de vistas; olhares diferentes sobre um dado tema. O que cabe ao professor, diante dessa realidade, é assumir uma postura de investigador, questionador dessas opiniões e discursos, pesquisador, o que com a ajuda dos meios de informação e com a rapidez da internet, fica mais fácil. Diante do exposto, o papel do governo é fundamental, desenvolvendo políticas públicas que favoreçam o desenvolvimento dessa postura; uma das ações perpassa a formação continuada para os docentes e a disponibilização de recursos didáticos para o trabalho desses.
Dando prosseguimento à análise do livro de Pretto, no segundo capítulo o mesmo enfatiza sua preocupação com as questões ligadas à formação continuada de professores e do interesse governamental em desenvolver políticas públicas que possam promover ações voltadas para o trabalho de qualificações dos docentes. Nesse espaço Pretto relata algumas experiências que teve como educador e fala sobre alguns encontros estudantis que acompanhou e pode observar o poder que possui as mídias tecnológicas durante os processos cognitivos, quando essas são utilizadas de maneira correta e com objetivos específicos. Aqui, vale a metodologia da troca, onde professor e aluno trabalham numa perspectiva de respeitabilidade dos valores e bagagens culturais, sendo de fundamental importância para o primeiro, saber mediar esse diálogo, tendo consciência reflexiva e aparatos didáticos adequados para o trabalho. Pretto fala também de sua experiência quando foi integrante do MEC e de outros órgãos ligados ao governo, tecendo comentários a respeito de ações e programas educacionais e suas respectivas validades e desempenho. Diz que apesar da valorosa oportunidade de está participando de um ministério, acredita que o ideal para o educador é vivenciar o cotidiano, aprender e experimentar as vivências dos alunos, ensinando e aprendendo com a prática. Para ele, cabe às instituições responsáveis pela educação, não somente pesquisar, planejar e ficar tão somente no discurso, é necessário, além disso, a ação, a criação de projetos, o planejar para a tomada de decisões e efetivação do planejado, numa postura imbricada pela valorização do trabalho do professor tanto financeira como pedagogicamente, o que consequentemente promove melhorias na qualidade de ensino, nesse intere, programas de apoio a formação de pesquisadores é fundamental, já que sinaliza as demandas regionais e especificidades dos grupos discentes em suas ocasiões históricas e sociais.
Seguindo sua reflexão, Nelson Pretto, fazendo um “link” com a linha de raciocínio acima, no terceiro capítulo, expõe considerações acerca dos livros didáticos e os processos de planejamento e elaborações dos mesmos, nas quais o mesmo expõe uma crítica efetiva afirmando ser um desafio para o governo promover uma reavaliação e reestruturação do sistema de confecção dos mesmos, haja vista que os livros didáticos, em sua maioria, são vazios de personalidade e trazem implícito o constante poder de alienação, preconceitos e “verdades” que se quer incutir a classe dominante. Pretto sinaliza o problema da não participação dos grupos de professores por região e/ou por demandas específicas durante o planejamento e construção dos mesmos, sendo delegado a poucos esse papel, que aos olhos do autor é fundamental que todos envolvidos nos processos educativos participem direta ou indiretamente, como forma de garantir um material consistente e coerente com as diferenças culturais e regionais, valorizando todos os agentes que consolidam os contextos sociais. Indo mais a fundo, Pretto expõe uma visão sobre os tais livros, afirmando que a quantidade de livros distribuídos pelo governo ás escolas públicas não significa necessariamente, melhoria na qualidade de ensino, sendo que o que realmente importa é a qualidade pedagógica desses livros, que por sua vez, devem contemplar uma aprendizagem diversificada, ampla, crítica e transformadora, além do mais, a resolução do problema da educação não se encontra tão somente nos materiais didáticos em geral, mas sim, perpassa caminhos muito mais complexos; caminhos que transfiguram as estruturas governamentais, estruturais e conjunturais incluindo nessa relação a formação e valorização do professor como ponto de partida.
No capítulo seguinte, o autor reúne vários discursos e depoimentos sobre a cultura e suas várias vertentes conceituais e especificas. Para Pretto, todos os povos devem ser valorizados dentro de suas bagagens culturais e especificidades. O acervo teórico e informativo que delineia os diferentes modos de pensar e de viver devem se integralizados na composição do conhecimento formal, promovendo uma mistura de raças, crenças, costumes, ritmos e cores na busca pela descentralização do conhecimento massificado e unidirecional promovido pela classe dominante, em prol de um conhecimento complexo e composto pela diversidade lingüística e cultural. Há de haver uma articulação entre os diferenciados valores, saberes, modos de vida. Neste contexto a escola tem um papel fundamental no desenvolvimento dessa ação. A mesma precisa ser um espaço de conhecimento, reconhecimento e produção de culturas, de valores, conhecimentos diversos das diferentes culturas. Cabe também à família essa articulação com a escola e com toda comunidade, já que é a base na formação do indivíduo. Diante do exposto, segundo Pretto, o planejamento e a organização dos âmbitos sociais perpassam diretrizes que vão além do trabalho de estruturação física, deve perpassar também, valores, construções de conhecimento, produção de culturas; acompanhar o crescimento social e o desenvolvimento econômico, sem esquecer-se de está atento à produção humana, suas peculiaridades, avanços tecnológicos, enfim, tudo que possa melhorar e permitir um esclarecimento e apoderamento do indivíduo no seu processo cognoscente.
Indo mais adiante, a obra enfatiza com propriedade mais uma vez, o papel da comunicação como suporte para todas essas conquistas e relações. É ela que permite à experimentação, o alargamento das interações humanas, a troca de saberes e ideias na construção do equilíbrio e processos dinâmicos de sedimentação dos modelos sócio políticos, educativos e culturais. E nesse dinamismo a tecnologia ganha destaque pela sua rapidez, facilidade e eficiência no desenvolvimento de ações conjunturais por meio dos diálogos e interações cibernéticas, digitais, onlines, sendo necessário ao ser humano está instrumentalizado para a utilização e manuseio da mesma, de maneira consciente e adequada, sem perder de vista sua essência e a essência das coisas reais.
Nos discursos seguintes, o autor fala um pouco mais afundo da Bahia, terra que o mesmo se considera pertencente. Conta casos e eventos que valorizam a cultura local e seus diversos meandros culturais e artísticos, evidenciando que o Estado possui um acervo cultural imenso e altamente diversificado e rico, tanto nos saberes como nos espaços geográficos, que definem e muito os modos de vida do povo baiano. Porém, traz uma crítica ao descaso que essa terra sofre com o crescimento econômico e a retaliações da invasão do mundo moderno e tecnológico, fazendo uma alusão de que a Bahia precisa resgatar suas raízes de maneira mais precisa e consistentemente educativa e contemporânea.
Nos três últimos capítulos, a obra se expressa por questionamentos a respeito da ciência e tecnologia, traçando argumentos sobre o uso das tecnologias para a produção científica. Será que as mídias tecnológicas são utilizadas de maneira correta em sua representação como um caminho para se produzir ciência? Será que os meios de comunicação como a televisão, por exemplo, produz conhecimento e crescimento cognitivo para os seus telespectadores de maneira verdadeira e compromissada com uma educação de fato? São questões que o autor fala e argumenta através de sua preocupação em alertar os educadores e responsáveis pela educação do país, em estarem atentos e com um olhar crítico, ao mesmo tempo, aberto às transformações e influências provocadas pelas tecnologias. Pretto cita alguns programas educativos televisivos de grande importância, enfatizando a oportunidade que se tem os produtores em desenvolver a aprendizagem de maneira suntuosa através de um programa de imagens, sons e animações que certamente podem provocar um desencadeamento mássico do conhecimento. Nesse momento da obra, o autor reúne acervos que falam da chegada do mundo cibernético e da necessidade de se preparar os contextos sociais para a interação com esse mundo. A modernidade deve garantir uma expansão do conhecimento; deve abrir portas, quebrar preconceitos e omissões. A educação tem que abrir suas comportas do planejamento para receber o mundo globalizado e a cibercultura de maneira ampla, tendo o cuidado de usá-los de uma forma séria, comprometida com a construção do conhecimento, garantindo ao sujeito uma emancipação conjuntural. A comunicação interativa desenvolvida por esse modelo histórico, que trouxe o avanço da ciência, se apodera dos espaços sociais, determinando seus modelos estruturais e as interrelações humanas. A internet abre as possibilidades da comunicação rápida, da interatividade e das produções culturais e científicas. Hoje, Tudo gira em torno da cibercultura: a economia, a produção, o cotidiano, o lazer, a educação. As comunicações em rede permitem ao sujeito navegar por outros espaços, culturas e ideias, sendo o mesmo co-autor das construções e determinantes de seus resultados. Ressalta ainda, a necessidade de se desenvolver projetos que possam sistematizar o uso das TICs em um formato mais aberto e comprometido com a acessibilidade de todos a elas. Programas que valorizem a educação através da formação continuada dos professores para o uso dessas como instrumento promissor de resgate e produção do conhecimento amplo e diversificado em suas várias demandas.
Dessa forma, o livro “Escritos Sobre Educação, Comunicação e Cultura” é um acervo literário que colabora para o desenvolvimento de uma educação de responsabilidade e respeito às diferenças; uma educação que se desenvolva através da comunicação e da interatividade favorecendo os diálogos e as diversas construções científicas e culturais que essa comunicação possa permitir. A escola deve ser estruturada para o trabalho pedagógico adequado, sendo um espaço de trocas, indagações, construções e transformações de posturas e pensamentos. Nesse sentido, o professor surge como “peça chave” que precisa está atento às transformações do mundo, aos avanços da ciência como meio de melhorar sua prática pedagógica para garantir aos seus alunos um processo de ensino aprendizagem consistente e estimulante à formação de indivíduos atuantes, críticos e conscientes bem como possibilitar aos mesmos estarem habilitados para as demandas da modernidade. Vale ressaltar, a função do governo que deve propiciar aos sistemas sociais e educativos, o planejamento de diretrizes políticas que elaborem políticas públicas fomentadoras de ações sócio educativas de combate a unilateralidade do ensino e à elitização do saber, galgando em busca de um ensino para todos e através de todos os agentes que compõem os espaços comunitários micro e macrossociais.
Portanto, essa obra pode ser indicada para todas as pessoas (educadores, estudiosos, pesquisadores, políticos, comunidade) que querem está atentos às transformações do mundo contemporâneo e suas influências para os vários setores da sociedade, principalmente para a educação e suas formas e metodologias de aprendizagem. É um acervo que colabora para a educação e sua articulação com as tecnologias na busca pelo desenvolvimento da emancipação do saber, tendo o professor como mediador desses processos. Sendo que a responsabilidade é conjunta entre governo, escola, família e comunidade.
PRETTO, Nelson De Luca. Escritos sobre educação, comunicação e cultura. Campinas, SP: Papirus, 2008.

[1] Licenciado em Física pela Universidade Federal da Bahia (1977), Mestre em Educação também pela UFBA (1984) e Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (1994). É professor associado da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, Coordena o grupo de pesquisa Educação, Comunicação e Tecnologias. Foi diretor da Faculdade de Educação de UFBA por dois mandatos (2000-2008) e é o editor da Revista da Faced. (http://www.revistadafaced.ufba.br)
Dentre as obras publicadas ressaltamos: Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder; Uma escola sem/com futuro - educação e multimídia e a ciência nos livros didáticos.